Saiu de casa decidido. Iria acabar com todo aquele sofrimento. Iria dar um fim em tudo. Não queria faze-lo em casa, não queria que os cômodos se contaminassem com seu cadáver. Havia um prédio há alguns quarteirões de casa. Subiria até o ultimo andar e tudo se acabaria.
Caminhando para a morte se depara com um alguém, agachado no chão, aos prantos. Como pode alguém sofrer mais do que ele? pensava. Afinal, estava condenado a viver sem sorrisos, sem alegrias, sem amor. Ao ouvido daquele pessoa que chorava a sua frente sussurou:
- Não há sofrimento maior que o meu.
Ao falar isso viu que a pessoa levantara o rosto. Pôde notar que era uma mulher. Uma mulher muito bela, de traços finos e lindos olhos azuis banhados por lágrimas. Ela o abraçou e sussurou ao seu ouvido.
- Fui condenada a viver sob um mar de lágrimas. O mundo já não me dá mais alegria depois que vendi a luz dos meus olhos. Sou apenas lágrimas e nada mais.
Ouvindo atentamente ao que aquela jovem disse, levantou-a e a levou, nos seus braços, para a sua casa. A idéia do suicidio havia sido adiada, precisava ajudar aquela mulher. Calado, levou-a até o seu quarto e contou-lhe sua terrivel história. Mas não mencionou o suicidio.
- Será que existe algum jeito de você recuperar a luz dos seus olhos? perguntou ele abruptamente.
- A pessoa que comprou a luz dos meus olhos me disse que apenas em um lugar nessa cidade eu posso encontrar o que procuro, e este lugar é o Beco Escuro.
Ao dizer isso, ele estremeceu. O Beco Escuro era um cantinho que ficava no final da cidade que ninguém jamais ousara ir. Dizia a lenda que o homem que entrasse lá perderia toda a esperança e todo o amor que tinha. Morreria por dentro.
- Eu pegarei a luz dos seus olhos para você.
ps. TO BE CONTINUED
2.1.06
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