11.7.06

Sem conclusão

Vacas magras. To completamente sem inspiração. Engraçado que tem épocas que as idéias não param de surgir, parece que chove personagens, histórias, idéias para variados tipos de texto, tudo nessa minha cabeça. Mas tem épocas que só existe o branco. Eu vou tentar pensar em alguma coisa e me vem o branco. Tento fazer o rascunho de alguma história, meio que "forçando a barra" e o maldito branco aparece de novo. É horrível.

Mas bem, por estar sem inspiração decidi escrever sobre o que vier a minha cabeça. Branco me lembra um livro muito bom do autor português José Saramago: Ensaio sobre a Cegueira. Quem ainda não leu, não sabe o que está perdendo. O livro me fez sentir cego. Senti-me como os personagens, imerso na "onda branca", graças a forma com que o autor narra a história, com aqueles discursos semi-diretos e aquelas descrições perfeitas. É um livro que me fez fazer muita careta e que me divertiu durante longas tardes.

Falando em livros, tenho que citar um perfeito. O Caçador de Pipas de Khaled Housseni. Essa obra conta o drama de dois meninos iraquianos de etnias diferentes que viveram numa época e num local marcado pela forte divisão étnica e pelas guerras. O livro trata, principalmente, da amizade dos dois meninos e da forma com que cada um leva esse sentimento. Foi uma narrativa que me arrancou lágrimas em certos momentos e que posso dizer que me apeguei um pouco.

Agora me veio várias outras obras que me despertaram sentimentos diferentes. Não vou citá-las porque se não vou acabar escrevendo 10 páginas falando apenas sobre livros. O Caçador de Pipas me lembra a TV Cultura, mais especificamente o programa Sem Censura. Eu me lembro, quando eu ainda era um menino "buxudo", que o Sem Censura passava antes do Castelo Rá Tim Bum e eu ligava na Cultura para ver-lo e ainda tava passando a chatice do Sem Censura. Lembro-me que cheguei a tomar abuso da apresentadora, que agora me foge o nome e de achar que aquilo era "programa de velho". De uns tempos para cá, comecei a parar para assistir esse programa. Hoje ele é uma das salvações das minhas tarde. Enquanto as outras emissoras insistem nas fofocas, nos resumos da novela e em outras inutilidades do tipo, o programa, apresentado por Lêda(nada como o querido google para refrescar a memória), traz informações culturais, entrevistas interessantes e um clima de bom humor que já salvou várias das minhas tardes.

Outro programa que merece destaque é o Roda Viva. Toda segunda, às 22:30 da noite na TV Cultura. O programa tem um formato bem interessante, o entrevistado fica no meio de uma roda de jornalistas que farão variados tipos de perguntas. É engraçado porque dá para ver a expressão do entrevistado, quando alguns tipos de questões são levantadas. Um excelente programa para quem gosta de política e quem quer se inteirar mais sobre o assunto. Esses dias eles fizeram entrevistas com os presidenciáveis, todas as entrevistas estão disponíveis em DVD. Para quem não gosta de Alckmin, sugiro ver a entrevista dele(foi na semana passada). A reação dele quando perguntado sobre a situação da segurança pública de São Paulo foi simplesmente fenomenal. Tentou escapar à francesa, foi perguntado denovo e jogou a culpa no Cláudio Lembo caindo em contradição com declarações dadas por ambos anteriormente. Uma boa pedida para a segunda a noite.


Bem, este será o penúltimo parágrafo. É, o penúltimo, porque ainda tenho que fazer o parágrafo conclusivo. E como todo texto, nesse não pode faltar. Se bem que estou pensando seriamente em privar esse texto de um parágrafo conclusivo. São muito chatos de fazer, tem que quebrar a cabeça, principalmente quando é um texto que nem o meu que não defende nenhuma tese e não argumenta a favor de nada. Às vezes fico pensando, será que se algum dia eu me tornar um escritor e jornalista famoso os professores vão usar os meus textos para fazerem aquelas análises de estilo, análises gramaticas e todas aquelas outras chatices metodóligicas da nossa língua? Bem, não sei se algum dia conseguirei ser famoso, mas como o destino a Deus pertence, vou deixar esse texto sem conclusão. Birra, é sim, birra, teimosia com essas regras chatas. Pronto senhor-professor-de-português-que-vai-analisar-o-meu-texto, ele tá sem conclusão!

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