De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momentoE em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.
E assim, quando mais tarde me procureQuem sabe a morte, angustia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):Que não seja imortal, posto que e chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
Vinicius de Morais
Ps. Foi o primeiro poema que eu realmente gostei quando li, e a partir dele, virei fã de poesia, ele significa muito para mim, reflete talvez a minha forma de amar.
24.12.04
Soneto da Fidelide
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